Mercado de trabalho aquecido pede profissionais de qualidade
O ano de 2010 começou com boas expectativas para o mercado de trabalho em Minas. Segundo dados do Ministério do Trabalho e Emprego, no primeiro bimestre o saldo acumulado de empregos formais é de 47.995 novas vagas. Só em fevereiro, mês de recorde histórico no país, o Estado registrou 27.503 novas assinaturas na carteira de trabalho. Com o mercado aquecido, a demanda por capacitação de funcionários aumenta na mesma proporção, atendendo as necessidades do empregador.
A coordenadora do departamento de Economia da Fecomércio Minas, Silvânia Araújo, explica que o mercado de trabalho está aquecido, mas cada vez mais competitivo. Para ela, as empresas estão em franco crescimento e estão gerando empregos, mas exigem qualidade na hora da contratação. “As empresas querem profissionais mais qualificados. Muitas vezes surge a vaga, mas ela fica ociosa esperando o profissional com capacitação específica”, comenta.
Para resolver esse problema, a siderúrgica V&M do Brasil investe na capacitação de seus próprios funcionários dentro da empresa. Assim, ela pode contratar funcionários mesmo sem capacitação.O siderúrgico Warley dos Santos, 22 anos, foi contratato pela pela empresa há um mês. Antes de assumir a função, ele passa pelo treinamento remunerado com duração de dois meses."Eles preferem treinar e capacitar o funcionário de acordo com que a empresa precisa", afirma. Para récem-contratado, a capacitação é fundamental."É muito importante pra gente ter mais oportunidade para trabalhar em setores diferentes de acordo com a oferta de trabalho", comenta.
O comércio teve destaque na geração de novos empregos. Foram 1939 vagas em fevereiro, conforme aponta o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). O Sincovaga Bh, Sindicato que representa supermercados e outras empresas varejistas de gêneros alimentícios , diante do crescimento do setor, implantou um programa de capacitação para que as vagas de emprego sejam preenchidas. De acordo com superintendente da entidade, Érica Fonseca, os empresários do setor já não estão conseguindo preencher todas as vagas com profissionais capacitados. “Levantamos a necessidade de pelo menos 50 tipos de cursos de capacitação para funcionários dos supermercados. Esses cursos serão implantados para atender a demanda, que está em alta”, afirma.
O setor de serviços também foi destaque nos dados do Caged. Em todo o País, esse segmento econômico liderou a criação de vagas. A esteticista Michelle Amador,28 anos, conseguiu um emprego há pouco mais de dois meses em uma clínica. Com oito cursos de capacitação, ela está terminando o nono, de estética facial pelo Senac MG. “Estou abrindo o leque para diversificar o atendimento”, conta. Ela percebe que o mercado está aquecido, o que incentiva ela a continuar a fazer cursos. “O mercado de trabalho está bom só para quem é qualificado. Muitas colegas minhas perdem oportunidades porque não são tão capacitadas”, admite.
Para pessoas com deficiência, as vagas de emprego também estão em alta. Visando atender a Lei de Cotas, as empresas tem buscado apoio junto à Coordenadoria de Apoio e Assistência à Pessoa Deficiente (CAADE), órgão da secretária de Estado de defesa Social que capacita pessoas com deficiência. Segundo o coordenador Flávio de Oliveira, a demanda neste inicio de ano aumentou de forma significativa.”Das pessoas que passam pelo cursos de capacitação, quase 100% já vão direto assinar a carteira de trabalho”, revela.