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Sobe e desce no jogo político

As campanhas eleitorais são guiadas por um poderoso instrumento que não atinge os eleitores

Paolo Xavier e Bia Prata

De dois em dois anos, o cenário político nacional toma quase por completo o espaço nos veículos de mídia. O período eleitoral mobiliza toda a população e um dos instrumentos mais importantes que movimentam as peças desse jogo político são as pesquisas eleitorais. Sejam quantitativas ou qualitativas, as pesquisas são fundamentais para traçar estratégias de campanha e abastecer de informação jornais de todo país. Mas, para os eleitores, as pesquisas de intenção de voto não tem influência alguma na hora de votar.

Durante as eleições, são elaborados dois tipos de pesquisas. As pesquisas qualitativas tentam mensurar itens que auxiliam os candidatos na elaboração da estratégia de campanha. Índices de rejeição e popularidade em determinadas regiões são exemplos de questões que são elucidadas com a pesquisa qualitativa. Assim, as pesquisas podem, por exemplo, definir o candidato de um partido pela popularidade junto aos eleitores. Até a aparência física pode ser modificada dependendo dos que os entrevistados respondem. Já as pesquisas quantitativas têm caráter de informação, simplesmente. São típicas de intenção de voto, que medem a porcentagem que cada candidato receberia se o pleito tivesse ocorrido no dia da entrevista e são essas que aparecem com mais frequência nos noticiários.

Quanto mais se aproxima o dia das eleições, as pesquisas são mais requisitadas. A demanda por elas parte dos veículos de comunicação e, principalmente, dos partidos. Estima-se que um orçamento mais simples de pesquisa, em nível nacional, pode chegar a R$ 200 mil. Em grandes institutos de pesquisa, são recrutados, em média, dois mil agentes de pesquisa devidamente identificados, que percorrem grandes regiões, carregando pranchetas e palm tops.

Para aqueles que não acreditam em pesquisas por que nunca foram entrevistados para alguma delas, aí vai uma explicação: os agentes devem seguir algumas regras durante o trabalho de campo. No instituto Sensus, por exemplo, cada agente de pesquisa tem uma rota. O pesquisador percorre apenas um lado da rua e, a cada cinco casas por que ele passa, ele só pode bater em uma. Há ainda a estratificação, ou seja, o agente entrevista um determinado grupo de pessoas. Por exemplo, se o pesquisador tiver em mãos um questionário voltado para jovens de 16 a 18 anos, ele tem que tem que entrevistar alguém nessa faixa etária. Caso a residência na tiver alguém com esse perfil, ele tem que ir para a próxima casa.

O encarregado de logística José Márcio de Souza, 55 anos, trabalhou por dois anos pelo Sensus, que tem sede em Belo Horizonte. Percorreu por boa parte do país, colhendo dados para as eleições de 2006. Segundo ele, são inúmeras as dificuldades para entrevistar de porta em porta. “Acontece de tudo, até situações cômicas. Trabalhar com pesquisa requer muito jogo de cintura para conseguir entrevistar as pessoas”, conta. O ex-agente de pesquisa ressalta que os questionários são dados prontos e que em hipótese alguma o agente pode influenciar nas respostas dos eleitores. “Passamos por treinamentos rigorosos para fazer esse trabalho, tudo para não forjar nada”, garante.




O sociólogo Eduardo Dias trabalhou para o jornal Estado de Minas durante seis anos. Atuou elaborando questionários e fazendo relatórios. Ele explica que existem técnicas para eliminar questões tendenciosas dos questionários. “Quando se pergunta em qual candidato você votaria se a eleição fosse hoje, não é apresentado ao entrevistado uma lista, pois há tendência da pessoa marcar os primeiros da listagem. Por isso, é dado uma roleta com o nome de todos os candidatos que elimina esse problema”, explica. Segundo ele, muitos sociólogos criticam a forma como as pesquisas são elaboradas no Brasil. “A estratificação por grupos não é bem vista por muitos acadêmicos, mas isso é o que tem dado certo num grande país como o Brasil”, explica.

Bom para os políticos. Para os eleitores, nem tanto

Se para os coordenadores de campanha as pesquisas são valiosos instrumentos, para muitos eleitores elas não têm nenhuma importância. A auxiliar de serviços gerais Denize Brandão, 50 anos, não é influenciada pelas pesquisas que vê na TV. “Eu não vou na onda de pesquisa não, voto no que eu acredito. Tanto que na eleição passada o Lula estava em primeiro nas pesquisas e eu não votei nele”. A estudante Vanessa dos Santos, 17 anos, votará pela primeira vez e tem opinião parecida. “Voto pela minha vontade, o outro candidato pode tá ganhado o quanto for as pesquisas que para mim não importa.” Para a dona de casa Mara Lúcia Almeida, 43 anos, as pesquisas não tem nenhuma influência no eleitorado. “Para mim, a opinião dos outros não influencia terceiros”.

Muitos dizem que não são influenciados, mas acreditam que os outros são. Ricardo Resende, vendedor de 41 anos, acha que muitas pessoas, para não perder o voto, escolhem o candidato que está ganhando nas pesquisas. “Eles não têm consciência política”, diz. Davi Eustáquio Souza, 22 anos, estudante de História da PUC Minas, acha “que as pessoas são influenciadas pelas pesquisas porque elas não tem personalidade", conclui.







Veja abaixo exemplo de questionário do Instituto DataFolha referente a pesquisa resgistrada no TSE sob o Nº. 6617/2010

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Bola na área, em cima da mesa

Renato Russo cantava que Eduardo “jogava futebol de botão com seu avô”. O esporte não olha a data de nascimento, apenas sua vontade de jogar.

O que era para ser brincadeira de criança é um esporte sério, com federações organizadas, campeonatos e praticantes muito dedicados. O futebol de mesa, também conhecido como futebol de botão ou futmesa, simula uma partida de campo em uma mesa de no máximo 2,00 X 1,40 m. Para quem acha que é craque e sabe tudo sobre futebol de botão, é bom rever os conceitos.



A medida dos botões pode variar entre 4,5 e 6,0 cm de diâmetro. O material é acrílico maciço e um jogo completo de botões pode chegar a R$200,00. O par de traves metálicas, e o goleiro de acrílico podem custar R$30,00 cada. As palhetas custam entre cinco e dez reais, de acordo com o acabamento. A mesa oficial e o cavalete de apoio podem ser encontrados por R$ 345,00. A bola usada nos jogos é o item mais barato, R$ 5,00. E é redonda, diferente dos discões que muita gente estava acostumada a jogar. Feita de feltro (material obtido da união de fibras para a qual não concorre a utilização de colas, gomas ou resinas), a pelotinha requer maior controle dos jogadores. Para se ter uma ideia, a caixa com dois times, goleiros e traves que muita gente jogou na infância pode se encontrada por menos de R$ 10,00.

O jogo oficial também tem regras definidas. A “Regra Três Toques” ou “Carioca” foi elaborada por vários botonistas (jogadores) no fim da década de 1960, a partir das regras que já eram usadas. A ‘sacada’ era fazer com que as regras jogadas no futebol de botão, ficassem o mais parecido possível com as regras do futebol de campo. A duração de cada partida é de 50 minutos, constituídos de dois períodos de 25 minutos cada, com intervalo de cinco minutos entre os mesmos. Após o intervalo deverá ocorrer, obrigatoriamente, a mudança de lado pelos dois times. Todas as partidas devem ter um juiz.

Bem vindo ao clube

Em Belo Horizonte, o ponto de encontro dos botonistas é o Grêmio Mineiro Futmesa, que fica na sala 422 no ginásio do Mineirinho. Os jogos são realizados todos os sábados, das 13h às 18h30. Os filiados pagam uma taxa de R$ 15,00 ao mês, o que dá direito ao botonista usar toda a estrutura e participar dos torneios internos. Já para participar de campeonatos representando o clube, o botonista iniciante deve se cadastrar na Federação Brasileira de Futebol de Mesa, pagando uma taxa de R$100,00 que pode ser dividida em até 10 vezes. Ao todo são 16 mesas no tamanho oficial (nivelada a uma altura de 750 mm do solo e apoiada sobre cavaletes ou pés fixos). O clube é Tetracampeão Brasileiro de Futebol de Mesa na “Regra Três Toques”.

Vander Jesus Felipe, de 47 anos, é almoxarife e um dos fundadores do Grêmio, surgido há 28 anos. É tricampeão brasileiro da modalidade, o que lhe rendeu homenagens do Clube Atlético Mineiro, time do coração e que dá nome aos botões com os quais ele joga. Ele diz que apenas os clubes de São Paulo e do Rio de Janeiro tem algum tipo de patrocínio; tanto para as competições regionais quanto para as nacionais.

A participação de mulheres nesse esporte é mínima. Em Minas, não existem jogadoras oficiais e as poucas representantes do sexo estão concentradas no eixo Rio-São Paulo. “Acho que o futmesa é o único esporte em que homens e mulheres jogam juntos”, acredita Vander. De fato, não há separação de gênero nas competições oficiais. Talvez, o maior fator para que as competições sejam mistas, é o desinteresse do público feminino para esta modalidade esportiva.

A palheta pode ser o mouse

Ao entrar na sala do Mineirinho, ao invés de encontrar crianças e jovens brincando com os botões, há vários marmanjos com mais de 25 anos, concentrados nos jogos, tudo com um clima de competição. Alguns até deitam na mesa para fazer a melhor jogada. O estudante Guilherme Morais, 27 anos, visitou pela primeira vez o Grêmio e logo demonstrou intimidade com a palheta. “Desde menino eu jogava, mas jogava com o discão, não com essa bolinha”, diz. Para ele, o controle tem que ser maior, mas ele logo se acostumou com a bola, jogando uma partida com o primo, mais experiente.



Na era digital em que crianças se divertem na frente do computador ou com as manetes do vídeo-game, é difícil imaginar que o futebol de mesa possa ter adeptos entre as novas gerações. Mas Guilherme esteve prestes a mudar a situação. Estudante de jogos digitais, ele desenvolveu um projeto para passar o futmesa para a tela do computador. “Não foi pra frente porque ainda estamos no início do curso. Mas é possível fazer e eu ainda quero por em prática”, comenta. Para ele, ainda é possível fascinar os jovens para esse esporte levado a sério por muita gente. “Se divulgar mais, dá para estimular as pessoas a praticar o futmesa. Variar de esporte é sempre bom”.


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Se você viu, milhares verão

Mídias alternativas são acessíveis e ajudam a movimentar a economia do bairros de Belo Horizonte.


Paolo Xavier



É barato e, acima de tudo, eficiente. A publicidade de bairro, também conhecida como mídia alternativa nas teorias da publicidade, oferece algumas opções para pequenos empresários que buscam o menor preço para divulgação de produtos e serviços. Para as grandes empresas, o que manda é a possibilidade de alcançar um público específico, localizado. Opções não faltam: faixas, pintura em muros, jornais de bairro... Mas é preciso tomar cuidado. A fixação de faixas e pinturas em locais públicos pode acarretar multa por não se enquadrar no código de posturas de Belo Horizonte.

O Jornal do Bairro (JB), da região Noroeste da capital, tem mais ou menos dez anos. O publisher (dono de veículo de mídia) Delvaci Jr. sempre foi vendedor e, na época, vendia anúncios para a lista telefônica. Com veia empreendedora, se juntou a um colega de trabalho e fundou o Jornal do Bairro, cuja primeira edição circulou no bairro Padre Eustáquio. A sociedade se desfez e, depois de um tempo trabalhando em outros ramos, ele resolveu, junto com a esposa Joseane, reabrir o jornal em 2006, abrangendo os bairros Alípio de Melo, Castelo, Serrano e redondezas.

Em janeiro deste ano, abriu a região 2 do jornal, que engloba os bairros Glória, Coqueiros e São Salvador. No meio do ano, há um projeto de abrir na região dos bairros Ouro Preto e Pampulha; até o fim do ano, ele quer e mais uma região, que ainda não definiu. Cada região possui matérias e anúncios independentes. Para cada uma são oito mil exemplares; portanto, até o final do ano, a meta é distribuir 32 mil exemplares.

O jornal é no formato standard, sendo a capa e última página coloridas e o miolo em preto e branco O valor do anúncio de 9,2 X 5 cm, preto e branco é R$ 50. Na capa em policromia fica em R$ 95 e, na última página, R$ 75. Se o cliente quer mais espaço, podem ser vendidos, por exemplo, dois espaços por R$ 180. A arte do anúncio está incluída no preço e é feita pelo próprio Delvaci.

Os clientes são captados com visitas, por telefone e via e-mail. “A captação é bater pasta mesmo. Minha esposa ajuda muito na venda dos anúncios mandado newsletter, malas diretas. Se estou agendado com um cliente, após a reunião, vou em busca dos empresários ao lado", relata.

Mesmo sendo um jornal voltado para a Regional Noroeste de Belo Horizonte, Delvaci tem clientes da Savassi a Venda Nova e em vários outros lugares. São empresas muitas vezes grandes, que têm interesse em atingir públicos daquela região. A negociação é feita mensalmente, não há pacotes fechados. “É um informativo para a população mesmo. O jornal sendo bem aceito, os empresários vão ter interesse em anunciar no jornal e é aí que eu ganho dinheiro”, conta.

Maurício Pereira, proprietário da Multilimp Lavagem a Seco, divulga a empresa no jornal do bairro há dois anos. O jornal atinge gratuitamente um bom número de pessoas. Ele cogitou a hipótese de divulgar em outro meios, mas optou pelo jornal por causa da eficiência e do custo. “Já na segunda vez que divulgamos a empresa, ficamos muito conhecidos nos bairros onde o jornal é distribuído”, comemora o empresário

Fabiana Hayeck, diretora da escola de idiomas Wizard, unidade do bairro Castelo, começou a anunciar há um ano e quatro meses, logo após a inauguração da escola. Mesmo com a publicidade nacional e regional que a franquia investe, ela optou por fazer uma divulgação específica para atingir o público da região. “Tínhamos até um cupom de desconto que vinha encartado no jornal e víamos que realmente as pessoas tomavam contato. Foi assim que percebemos que essa publicidade dá certo", ressalta

Paulo Ferreira, ex-proprietário de agência de publicidade, é cético com relação às mídias alternativas. Para ele, essas mídias são amadoras e as empresas poderiam investir em publicidades profissionais. “Mesmo sendo mais caro, as empresas têm que ter a visão de que isso é investimento”, comenta.

Faixas podem ser dor de cabeça



De acordo com o artigo 187 do Código de Posturas da capital é proibida a fixação de faixas em via pública, salvo em casos de utilidade como informações de mudanças no trânsito, campanhas de vacinação etc. Mas o que se vê nos bairros da capital são inúmeras faixas penduradas nas ruas, anunciando toda sorte de produtos e serviços. Quem infringir a lei pode pagar multa de R$ 367.

Da mesma forma, as pinturas em muros são igualmente proibidas. De qualquer maneira, essas mídias são colocadas estrategicamente em vias de grande movimento, adotando a ideia do “se você viu, milhares verão”. Segundo o professor de Publicidade e Propaganda do Centro Universitário Newton Paiva Marcelo Alves, isso, ao invés de ser uma solução, pode não ser tão eficiente assim. “Mesmo que muitas pessoas vejam, elas podem morar em um bairro totalmente diferente e por isso não são inseridas no contexto daquele anunciante. Além disso, há o problema de referência e credibilidade. Como saber se aquele anunciante oferece um bom serviço ou produto só por ver a pintura?” questiona.


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Show Jay Vaquer em BH - Fotos e entrevista exclusiva



Bia Prata e Paolo Xavier


Com mais de dez anos de carreira, quatro discos de estúdio e um DVD ao vivo, o cantor carioca Jay Vaquer finalmente presenteou os fãs de BH com o show no Teatro Alterosa no começo deste mês. Energia, emoção e petardos executados com excelência marcaram a apresentação que fez parte da turnê Still Alive in Brazil, tirada do DVD de mesmo nome. Músicas dos quatro álbuns foram cantadas. Com seu pop rock diferente, muitas vezes polêmico, Jay deixou o público, ansiosos pelo show, em verdadeiro êxtase.

O caminho musical de Jay estava predestinado. Filho de Jane Duboc, cantora que fez sucesso nos anos 80 e Jay Anthony Vaquer, guitarrista americano, cunhado e ex-parceiro de Raul Seixas, o cantor debulhou as primeiras notas ainda na adolescência, produzindo jingles. Durante a carreira, ele desenvolveu um estilo alternativo de pop rock, temperado com influências de bandas oitocentistas como The Smiths, The Cure e Legião Urbana. Posteriormente, o cantor se apaixonou com a sonoridade marcante de Smashing Pupkins, Nirvana, Alanis Morissete, dentre outros. Como não poderia deixar de ser numa família musical, ele também absorveu Villa-lobos, Tom Jobim e ainda apreciou Caetano Veloso e Chico Buarque. O resultado dessa salada? Pop rock autêntico, puramente autoral.

Ansiedade é #mato!
Nada melhor para falar de um ídolo que os próprios fãs. Para o estudante Edson Godoi, 27 anos, “as letras dele são bem inteligentes, bem bacanas. Ele consegue compor uma historinha bem bacana nas músicas dele.” Edson já estava na porta no teatro duas horas antes do show. A estudante e auxiliar administrativo Paula de Souza, 18 anos, acompanha o trabalho de Jay desde 2000. “De lá pra cá, ele teve uma evolução muito grande, tanto nas letras quanto na melodia. Houve um amadurecimento muito grande, as músicas ficaram mais pesadas”, diz , não contento a ansiedade.

O artista “bomba” na internet, espaço em que divulga o trabalho e mantém relacionamento direto com os fãs. O MySpace do Jay figura permanentemente no “Top 10” dos artistas de Pop, Rock e música alternativa mais visitados. No Orkut existem mais de 200 comunidades relacionadas ao artista. Jay é um dos usuários brasileiros mais influentes e retwittados no site de relacionamento Twitter, segundo o twitter rank e o migre.me.
Diogo Figueiredo, estudante de 17 anos ficou surpreso com a mensagem respondida no Twitter pelo próprio cantor. “Fiquei muito feliz por ele ter dedicado um tempo para me responder, dentro da agenda cheia de compromissos”, conta.

Quem é fã de verdade, veste a camisa e idolatra o artista como entidade divina. Rayssa Nellis, 18 anos, pulava antes mesmo de entrar no teatro. Durante a passagem de som, ficou com o ouvido colado na porta para apreciar a afinação dos instrumentos. “Ah, meu coração não para quieto. Sei lá, é como postei esses dias na internet, é como ver deus. É uma coisa que exalta muito e é muito bom.”

Depois de mais ou menos uma hora e meia de show, Jay Vaquer foi se preparar para receber os mais de 70 fãs alucinados que o esperavam no hall de entrada do Teatro Alterosa; entre abraços, beijos, autógrafos e fotos, ele atendeu cada fã como se fosse o primeiro.

Veja abaixo fotos do show e entrevista exclusiva com Jay Vaquer.





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Vida ao útil: objetos são os protaganistas do II Fito BH



Bia Prata e Paolo Xavier


O que é saca-rolha? Um instrumento que serve para sacar as rolhas, uai! Assim diria um autêntico mineiro. Mas intrépidos artistas provam que um saca-rolha pode ser muito mais que o próprio nome sugere e fazem dele uma graciosa bailarina. O II Festival Internacional Teatro de Objetos trouxe para Serraria Sousa Pinto, em BH, essa e outras surpresas. Os artistas encantaram adultos e crianças com performances inusitadas, usando objetos de uso cotidiano. O festival prova que está se consolidando e o publico teve a oportunidade de conhecer um pouco mais desse gênero pouco explorado no país

O Fito reuniu artistas nacionais e grupos vindos da Alemanha, Argentina, Espanha, França e Holanda. Ao todo foram 75 apresentações na segunda edição do festival na cidade que foi a primeira a sediar o evento, em setembro do ano passado.

Além de dar nome ao festival, a palavra fito vem do verbo fitar, que significa olhar atentamente. Quem dá essa explicação, que faz todo sentido, é a idealizadora do projeto, a produtora pernambucana Lina Rosa. "A ferramenta básica para o ator conduzir essa arte é o olhar atentamente para o objeto, assim como a plateia tem essa ferramenta para poder acompanhar os espetáculos e serem tocados por eles", afirma a curadora do evento.

O teatro de objetos, como gênero teatral, surgiu na Europa no fim dos anos 70, sendo o primeiro festival realizado na França, em 1983. O artista Paulo Fontes, do Grupo de Teatro gaúcho Gente Falante, diz que o teatro de objetos é o gênero de formas animadas menos conhecido. “É um teatro com uma linguagem muito provocadora e muito pouco conhecida. Para quem trabalha a muitos anos com teatro de formas animadas e um desafio maravilhoso pois o objetos tem um potencial lúdico muito maior do que o boneco” , conta. Para o Fito,o grupo trouxe o espetáculo Louça Ciderela, uma montagem do famoso chá das cinco inglês em que uma xícara se transforma na gata borralheira do clássico infantil.



Paulo Fontes, do Gente Falante, encanta o público com "Louça Ciderela"

Um homem, o Duque Hosaig, que carrega o mundo nas costas, é simbolizado numa estrutura bizarra. É a Automákina – Universo Deslizante, espetáculo do Grupo de Pernas Pro Ar, de Canoas/ RS. Com três anos de desenvolvimento , a “automákina” foi contruída para ser um universo móvel, embalada com som metálico e interferida por um personagem intrigante. “Aqui tem todos os elementos que o homem precisa para viver, com simbolismos dos objetos do cotidiano”, revela Luciano Wieser, o ator que executa o espetáculo.


A "Automákina - universo deslizante", do grupo gaúcho de Pernas pro Ar

Duas chuteiras é um clássico do futebol entre Brasil e Argentina. Utensílios domésticos viram uma tribo que pratica sacrifícios com legumes. A guilhotina da Revolução Francesa não assusta tanto, já que as vítimas são pedaços de papel. Com essas e outras intervenções, o grupo paulista XPTO arrancou gargalhadas e mexeu com imaginação do público.



Apresentação do grupo paulista XPTO no Fito BH (Imagens: Paolo Xavier)

Para a professora universitária Maria Tereza Pinho, 61 anos, os artistas do Fito exploraram muito bem os várias formas de trabalhar o objetos. “Para mim a palavra que define o evento é criatividade. Você transforma um objeto de uso comum em arte. Com objetos da nossa rotina você extrapola, cria o que quer com aquilo”,reflete.

O publicitário Marcelo Pessoa, 32 anos, reconhece o talento dos artistas e as peculiaridades que o teatro de objetos possui. “Ao mesmo tempo que você tá vendo uma esponja de uma forma, uma criança está vendo de outra forma. Então você tem que explorar várias conotações no mesmo espetáculo.O publicitário, ele mesmo sendo artista, imagina o sentimento de quem se dedica a esse tipo de teatro. “Trabalhar com objetos é muito difícil mas os aplausos são gratificantes”, revela.

Diante dos objetos animados, o encantamento deixa sentimentos surgirem , as vezes, do fundo da lembrança. Diante de um grande de saca rolhas que dança suspensa no ar, o vigilante Valdete dos Santos, de 58 anos, volta no tempo. “Essa coisa aí rodando, o festival todo, me faz voltar aos tempos de criança... Muito bom!”

Cadeiras e outros objetos gigantes fizeram parte do cenário da Serraria Souza Pinto
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Mercado de trabalho aquecido pede profissionais de qualidade

Mesmo com recorde na geração de empregos no começo deste ano, mercado é competitivo e exige capacitação


O ano de 2010 começou com boas expectativas para o mercado de trabalho em Minas. Segundo dados do Ministério do Trabalho e Emprego, no primeiro bimestre o saldo acumulado de empregos formais é de 47.995 novas vagas. Só em fevereiro, mês de recorde histórico no país, o Estado registrou 27.503 novas assinaturas na carteira de trabalho. Com o mercado aquecido, a demanda por capacitação de funcionários aumenta na mesma proporção, atendendo as necessidades do empregador.


A coordenadora do departamento de Economia da Fecomércio Minas, Silvânia Araújo, explica que o mercado de trabalho está aquecido, mas cada vez mais competitivo. Para ela, as empresas estão em franco crescimento e estão gerando empregos, mas exigem qualidade na hora da contratação. “As empresas querem profissionais mais qualificados. Muitas vezes surge a vaga, mas ela fica ociosa esperando o profissional com capacitação específica”, comenta.


Para resolver esse problema, a siderúrgica V&M do Brasil investe na capacitação de seus próprios funcionários dentro da empresa. Assim, ela pode contratar funcionários mesmo sem capacitação.O siderúrgico Warley dos Santos, 22 anos, foi contratato pela pela empresa há um mês. Antes de assumir a função, ele passa pelo treinamento remunerado com duração de dois meses."Eles preferem treinar e capacitar o funcionário de acordo com que a empresa precisa", afirma. Para récem-contratado, a capacitação é fundamental."É muito importante pra gente ter mais oportunidade para trabalhar em setores diferentes de acordo com a oferta de trabalho", comenta.


O comércio teve destaque na geração de novos empregos. Foram 1939 vagas em fevereiro, conforme aponta o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). O Sincovaga Bh, Sindicato que representa supermercados e outras empresas varejistas de gêneros alimentícios , diante do crescimento do setor, implantou um programa de capacitação para que as vagas de emprego sejam preenchidas. De acordo com superintendente da entidade, Érica Fonseca, os empresários do setor já não estão conseguindo preencher todas as vagas com profissionais capacitados. “Levantamos a necessidade de pelo menos 50 tipos de cursos de capacitação para funcionários dos supermercados. Esses cursos serão implantados para atender a demanda, que está em alta”, afirma.


O setor de serviços também foi destaque nos dados do Caged. Em todo o País, esse segmento econômico liderou a criação de vagas. A esteticista Michelle Amador,28 anos, conseguiu um emprego há pouco mais de dois meses em uma clínica. Com oito cursos de capacitação, ela está terminando o nono, de estética facial pelo Senac MG. “Estou abrindo o leque para diversificar o atendimento”, conta. Ela percebe que o mercado está aquecido, o que incentiva ela a continuar a fazer cursos. “O mercado de trabalho está bom só para quem é qualificado. Muitas colegas minhas perdem oportunidades porque não são tão capacitadas”, admite.


Para pessoas com deficiência, as vagas de emprego também estão em alta. Visando atender a Lei de Cotas, as empresas tem buscado apoio junto à Coordenadoria de Apoio e Assistência à Pessoa Deficiente (CAADE), órgão da secretária de Estado de defesa Social que capacita pessoas com deficiência. Segundo o coordenador Flávio de Oliveira, a demanda neste inicio de ano aumentou de forma significativa.”Das pessoas que passam pelo cursos de capacitação, quase 100% já vão direto assinar a carteira de trabalho”, revela.

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Matéria prima: Pauta para suíte - jornalismo on-line

Tema: recorde de empregos formais em fevereiro ( Minas tem o segundo melhor desempenho)


Histórico: após uma crise mundial em que demissões em massa, principalmente na indústria, se tornaram rotina, notícias como essa evidenciam a recuperação da economia brasileira. Se há empregos, há demanda por capacitação. O problema há pouco mais de um ano era o peso da folha de pagamento em um momento complicado para as finanças da empresa. Agora a dor de cabaça é a falta de mão de obra capacitada em alguns setores. Para muitos, a oportunidade de ter a carteira assinada está na conquista do certificado de capacitação.


Gancho: Alguns empresários já estão reclamando que há falta mão de obra qualificada. Eles estão repassando a demanda para as entidades responsáveis pela capacitação no setor econômico ao qual pertencem. Podemos abordar aumento do número de inscritos em cursos técnicos e de capacitação e abertura de novos cursos, de acordo com a demanda das empresas.


Fontes: Silvânia Araújo/ Vinícius Silva : economistas da Fecomércio Minas.
Assessoria de relações institucionais Senac Minas
Senai Minas (Serviço nacional de aprendizagem industrial)
Senat (Serviço nacional de aprendizagem no transporte)
Um personagem que acabou de conseguir um emprego formal e um que está fazendo um curso de capacitação.

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Ricardo Noblat fala sobre blog em workshop na Newton Paiva

"Uma escola fascinante!" Com essa ideia o jornalista Ricardo Noblat apresentou suas experiências com a elaboração de um dos blogs mais visitados do país (noblat.com.br). Em um workshop realizado nessa tarde no Centro Universitário Newton Paiva, Noblat participou de uma mesa redonda com os jornalistas Claudiney Ferreira e Guilherme Kujausky e, além de dicas para a empreitada digital, ele contou aos alunos presentes alguns fatos que marcaram a carreira de 40 anos de jornalismo.
Noblat, como ele mesmo contou, começou a produzir conteúdo para web acidentalmente, quando ele editava uma página de política no jornal O Dia. A sugestão do Blog, nascido em 2004, partiu de um colega de trabalho. "Nunca pensei fazer um Blog, para mim era coisa de adolescente", disse diante dos alunos presentes ao evento. O jornalista pernambucano somente se deu conta da importância do Blog depois que passou a medir a crescente audiência.
Ricardo Noblat apresentou o processo de transição do jornal impresso, veículo em que tinha experiência, para a mídia digital. Conforme explicou para a plateia, a apuração no blogs deve ser mais rigorosa e o jornalista fica exposto, já que os leitores podem se manifestar através dos comentários. Para ele, o trabalho aumentou muito com as atualizações contantes que o veículo exige.
A participação dos alunos levantou discussões recorrentes no meio jornalístico. A aluna de jornalismo Débora Silva questionou sobre o futuro do jornal impresso diante das novas mídias. Na opinião de Noblat, o jornal "é uma receita superada" e que deve se reinventar para sobreviver. Ele ainda ponderou que os blogs democratizaram a informação e tirou o monopólio dos jornalistas e da mídia tradicional. "Todos que queiram e tenham competência podem fazer jornalismo com os blogs", comenta. Com essa afirmação , o diploma de jornalismo também entrou em debate. Para Noblat, não pode haver reserva de mercado com o diploma. "Hoje, o que há é reserva de talento", alertou.
Além de dar dicas sobre a produção jornalística na web, Noblat lembrou casos vividos em 40 anos de jornalismo, como a ocasião em que trabalhou com Marketing Político em Angola, em 1990. Ao final, Noblat relatou a saída voluntária do Correio Braziliense, em 2002, como um dos eventos mais marcantes da carreira. O evento serviu ainda para o lançamento do livro O que é ser jornalista?
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1º Editorial

Amigos de sempre e amigos de adiante, apresento a vocês o Blog Ampla Difusão, uma iniciativa que surgiu como atividade da aula de Jornalismo Online aqui da faculdade. Pois é, minha gente, estou no 6º período do curso de jornalismo, sou estagiário de uma entidade de classe patronal, minha casa é só dormitório... Vida dura!


Pretendo fazer jus ao nome deste blog, com informação de qualidade (pelo menos vou tentar) e, principalmente, com ética e com a convicção que o jornalismo, sem idealismos ou utopias, pode sim transformar a sociedade.


Nosso professor recomendou que criassemos um blog duradouro. Quem sabe, daqui algum tempo, tenha motivos para lembrar com alegria disso...
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